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Foto do escritorMiguel Barbieri

A Fratura: a França dividida dentro de um hospital lotado


A cartunista e o caminhoneiro: luta de classes


A Fratura, disponível no streaming Reserva Imovision, foi filmado pela diretora e roteirista Catherine Corsini em setembro de 2020, durante a pandemia e, com os hospitais lotados por causa dos doentes da Covid-19. Ela precisou montar num prédio abandonado o cenário da trama: um hospital de Paris que fica lotado de pacientes regulares e de manifestantes feridos nos protestos, em 2019, dos "coletes amarelos", que exigiam mudanças na política do presidente Emmanuel Macron.


Há dois protagonistas: o caminhoneiro Yann (Pio Marmaï), que foi baleado na perna, e a cartunista Rapha (Valeria Bruni Tedeschi), que teve uma contusão no braço após uma queda. Eles se estranham a princípio, mas, à espera de atendimento, vão acertar os ponteiros políticos, pois, afinal, ambos estão insatisfeitos com o governo de Macron.


Sem perder o humor, a piada e o ritmo narrativos, a realizadora tem apenas um ambiente para trazer à tona a luta de classes por meio de opiniões variadas. O hospital funciona como um microcosmo da França, fraturada pela polarização - algo muito parecido ocorre no Brasil, certo?


Catherine expõe ideais, faz uma autocrítica e não toma partido, embora deixe explícito no desfecho quem perde mais na luta de classes.





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