Nick Robinson e Kate Mara: um caso secreto
Em 2013, a diretora e roteirista Hannah Fidell fez um filme chamado A Teacher, que está disponível na MUBI. Eu assisti para poder comparar com A Teacher, minissérie homônima, de 2020, que está no Star+. Ambos os roteiros tratam do mesmo tema: a relação secreta entre uma professora madura e um aluno do high school.
O filme dura 75 minutos enquanto a minissérie, comandada pela mesma Hannah Fidell, tem dez capítulos, com cerca de 20 minutos cada. Ou seja: há muito mais tempo para desenvolver personagens, situações, diálogos, reflexões.
Na trama, Claire (Kate Mara) tem 30 anos, é casada e está querendo ter o primeiro filho. Ela consegue um emprego como professora de literatura numa escola do Texas e, num café, se aproxima de Eric (Nick Robinson). Seu jovem aluno, de 17 anos, vem de uma família humilde e precisa de um tutor para intensificar seus estudos e, assim, poder entrar na universidade. Claire se oferece para ajudá-lo.
Conversa vai, encontro vem e... Eric acaba se apaixonando pela professora. Como ela anda insatisfeita no casamento, joga um charme para o rapaz. Até que rola um relacionamento secreto, com alguma paixão e muito sexo. Ele a trata como uma namorada enquanto ela vê nele um brinquedinho para satisfazer seus prazeres.
Assisti em apenas uma noite e nem vi o tempo passar. Ao contrário do filme, a minissérie se aprofunda no polêmico relacionamento do casal. Além de Claire ser professora de Eric (cometendo abuso de poder), ele, no início da relação, ainda é menor de idade.
Há uma diferença, digamos, moral entre o desenrolar do filme e o da minissérie. Talvez me agrade mais a solução do longa-metragem, mas, em sete anos que o separa da série, muita coisa mudou no mundo. Se trocarmos a professora por um professor tendo um caso com uma aluna, a discussão seria explosiva. Vivendo numa sociedade patriarcal, por que o mesmo não é válido para o abuso cometido na história da minissérie?
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