Cena do filme: imagens e recordações
Conheci a atriz Bárbara Paz pessoalmente em 2017 quando eu e ela fomos jurados do Festival de Gramado. Ficamos muito próximos e, desde lá, Bárbara já falava a respeito do documentário sobre o cineasta Hector Babenco, com quem foi casada de 2007 até a morte do diretor, em 2016.
Em outubro de 2019, o filme estava pronto e foi exibido na Mostra Internacional de São Paulo. Fui na primeira projeção, no Theatro Municipal, e fiquei extasiado com o que vi. E não só eu. Bárbara foi aplaudida de pé por uma plateia entusiasmada com seu primeiro trabalho na direção, que já havia levado um Leão de Ouro no Festival de Veneza.
Babenco - Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, que chegou ao Globoplay, é um documentário artístico, fora da curva e maravilhoso. Quem me conhece, sabe que não sou de fazer média e, mesmo sendo amigo de Bárbara, jamais elogiaria um trabalho dela se eu não gostasse. Não foi o caso. Eu amei Babenco e, sim, considerei o melhor filme (entre nacionais e estrangeiros) de 2020.
Bárbara faz um mix de imagens dos longas-metragens do diretor (como Pixote, Carandiru e Brincando nos Campos do Senhor) com depoimentos do próprio Babenco. Tudo é muito natural, orgânico e sensível - e filmado num deslumbrante preto e branco. Já vi o filme três vezes e veria mais. Me arrepio toda vez com o desfecho magnífico de uma obra-prima que já entrou para a história.
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