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CINE PE: muitos acertos e alguns deslizes dos júris


Chegou ao fim na noite desta terça (11), a 28ª edição do CINE PE, festival de cinema brasileiro do Recife. Das três últimas edições, que eu acompanhei da capital pernambucana, esta foi a mais fraca, talvez por causa da irregularidade da safra de longas e curtas brasileiros.


Acredito que o júri de longas, formado por, entre outros, Edson Celurari e Carol Castro, deve ter tido um trabalhão (ou não) para chegar ao resultado. Afinal, só havia um filme de ficção com atrizes (Cordel do Amor sem Fim) e um filme de ficção com um único ator (No Caminho Encontrei o Vento). Não deu outra: todos saíram premiados.


Não entendi, contudo, a vitória de melhor ator coadjuvante para Rafael Corrêa, que é o protagonista de sua própria história no documentário Memórias de uma Esclerosado. Eu já fui jurado no Festival de Gramado e sei como são as coisas: tem razões que a própria razão desconhece.


Para mim, Memórias de um Esclerosado ganharia mais prêmios, embora tenha levado o de melhor filme da competição e melhor roteiro, além do voto popular. Foi o único longa capaz de arrebatar plateias. O tema é importante e necessário (um cartunista com esclerose múltipla) e a realização, um primor de sofisticação. Mas, no fim das contas, gostei das escolhas do júri.


Também aprovei as decisões (não todas) do júri de curtas. Não havia melhor candidato do que Hoje Eu Só Volto Amanhã, uma visão múltipla em animação sobre o Carnaval de Olinda, feita por vários realizadores. Ganhou cinco prêmios, incluindo o principal, o de melhor curta-metragem.


O que, realmente, não me "desceu" foi o prêmio de direção de curta-metragem. Qual o sentido de dar um troféu para as crianças e os adolescentes da animação Flores da Macambira? Quico Meirelles (filho de Fernandes Meirelles) e Luísa Arraes (filha de Guel Arraes) estavam na competição com ótimos trabalhos, assim como uma porção de estreantes talentosos. Mas a júri preferiu dar um prêmio super importante e incentivador para não profissionais. Não entendi.


MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS

 

Melhor Filme – Memórias de um Esclerosado

Júri Popular – Memórias de um Esclerosado

Melhor Direção – Invisível

Melhor Roteiro – Memórias de um Esclerosado

Melhor Fotografia – Geografia Afetiva

Melhor Montagem – Invisível

Melhor Edição de Som – Geografia Afetiva

Melhor Direção de Arte - Cordel do Amor Sem Fim

Melhor Trilha Sonora - Memórias de um Esclerosado

Melhor Ator – Alexandre Guimarães, por No Caminho Encontrei o Vento

Melhor Atriz – Marcia de Oliveira, por Cordel do Amor Sem Fim

Melhor Ator Coadjuvante – Rafael Corrêa, por Memórias de um Esclerosado

Melhor Atriz Coadjuvante – Helena Ranaldi e Patrícia Gasppar, por Cordel do Amor Sem Fim

 

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS NACIONAIS


Melhor Filme - Hoje Eu Só Volto Amanhã

Júri Popular – Hoje Eu Só Volto Amanhã

Melhor Direção – Flores da Macambira

Melhor Roteiro – Hoje Eu Só Volto Amanhã

Melhor Fotografia – Zagêro

Melhor Montagem – Resistência

Melhor Edição de Som – Hoje Eu Só Volto Amanhã

Melhor Direção de Arte – Hoje Eu Só Volto Amanhã

Melhor Trilha Sonora – Flores da Macambira

Melhor Ator – Zagêro

Melhor Atriz – Jogo de Classe

 

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS


Melhor Filme – Das Águas

Júri Popular – Náufrago

Melhor Direção – Das Águas

Melhor Roteiro – Emocionado

Melhor Fotografia – Das Águas

Melhor Montagem – Emocionado

Melhor Edição de Som – Moagem

Melhor Direção de Arte – Mãe

Melhor Trilha Sonora – Das Águas

Melhor Ator – Guilherme Alves, por Mãe

Melhor Atriz – Mariana Castelo, por Emocionado



















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