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Foto do escritorMiguel Barbieri

No Matarás tira o fôlego do espectador em 90 minutos


Fato: divulgação


Gosto de Mario Casas (por motivos diversos) e já fiz até uma lista com todas as produções dele disponíveis na Netflix e no Amazon Prime Video (clique aqui). O mais recente filme do galã é No Matarás, que está no Amazon Prime Video. E, mais uma vez, Casas me surpreende.


Já vi o ator espanhol com e sem barba, com e sem óculos, parecendo mais jovem ou mais velho (ele tem 35 anos), mais forte ou esquálido. Em No Matarás, ele está de franjinha e tem cara de nerd para interpretar Dani, um tímido agente de viagens que passou a vida cuidando do pai doente.


O filme começa num plano-sequência fabuloso com Dani saindo do apartamento para comprar cigarros para o pai e, na volta, o encontra morto. Em gratidão por Dani ter abdicado de tantas coisas, sua irmã o presenteia com um bilhete para dar a volta ao mundo. Só que, um dia antes do embarque, ele conhece uma tatuadora que vai mudar radicalmente seu destino.


Você já viu algo parecido em outros filmes: a história do paspalho que cai na lábia de uma maluquete e, assim, trilha um caminho de infortúnios. Ou seja: o roteiro de No Matarás não tem muita originalidade e, próximo ao desfecho, apresenta resoluções improváveis.


O que ele tem de bacana, porém, é direção de David Victori, que já tinha me impressionado na série Sky Rojo (da Netflix). O realizador trabalha com planos-sequências (takes feitos sem cortes), o que confere à trama uma jornada angustiante e sem fôlego para o protagonista - e também para o espectador. Fica impossível não embarcar na série de contratempos que envolvem o protagonista e, na derradeira cena, Casas mostra toda a transformação do personagem apenas com uma expressão facial. É notável!


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