Divulgação: Netflix
A segunda temporada de Special chegou à Netflix dia 20 de maio e, infelizmente, a série acabou. É uma pena. Poucas vezes, uma plataforma de streaming deu espaço tão grande para uma produção tão inclusiva.
O mérito cabe a Ryan O'Connell, criador, produtor e protagonista da série, gay de 34 anos, que tem paralisia cerebral. O'Connell quis mostrar parte de sua difícil trajetória contada de forma bem-humorada, porém sem jamais perder o foco nos dramas que passou e ainda passa.
A primeira temporada focou em três pontos: abordar a relação com a mãe superprotetora, virar blogueiro e perder a virgindade.
A parte 2 retoma e amplifica os temas. Ryan (o personagem tem o mesmo nome do ator) está brigado com a mãe, enfrenta uma crise de criação e, para sua surpresa, surgem alguns crushs que querem namoro ou apenas sexo casual.
A história também se debruça sobre os problemas da mãe e da melhor amiga de Ryan. Karen (Jessica Hecth) tem de aturar uma intrometida amiga de longa data que decidiu morar com ela, além de cuidar da mãe, que começa a apresentar sinais de demência senil. A indiana Kim (Punam Patel), colega de Ryan no trabalho, é adepta do sexo sem compromisso, mas decidiu dar uma chance para um empresário milionário.
E a vida amorosa e sexual e romântica de Ryan ganha aditivos. Um coreógrafo e um ator são apenas dois dos pretendentes que querem levá-lo para a cama.
A paralisia cerebral traz limitações ao personagem/ator e isso fica claro em cenas como varrer um chão ou ser o parceiro ativo numa relação sexual - a série tem cenas de uma ousada transparência.
Embora com uma produção simples e uma direção quadradinha, Special ganha relevância imensa por Ryan O'Connell dar voz a pessoas com necessidades especiais. Sem vitimismo, o protagonista demonstra suas limitações, contradições e sentimentos confusos. Caminha, contudo, num terreno entre a superação e o humor. Ao acompanhar seu cotidiano, é fácil entender suas dores e temores e, assim, criar empatia.
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