Audible: registro de uma escola para surdos
Três dos cinco curtas documentais que concorrem ao Oscar 2022 estão na Netflix: Audible, Onde Eu Moro e Três Canções para Benazir. Vi todos para poder opinar e saber se algum deles merece o prêmio. Confira minhas conclusões:
Três Canções para Benazir > Trata-se da trajetória de um casal afegão num campo de refugiados. Eles são jovens e estão à espera do primeiro filho. Ao invés de ganhar dinheiro trabalhando num campo de papoulas, de onde se extrai o ópio, o rapaz prefere se alistar no Exército. É um trabalho que carece de profundidade. Quase tudo é superficial e há um hiato de quatro anos na história.
Onde Eu Moro > O carioca Pedro Kos é um dos diretores do filme, que trata da falta de moradia em três cidades americanas: Los Angeles, São Francisco e Seattle. O painel é muito triste e há cenas aéreas mostrando áreas tomadas por barracas de homeless. O problema está na estrutura. Filmando entre 2017 e 2020, os diretores colheram depoimentos de quinze pessoas em situação de rua ou morando em abrigos. Só que fica confuso saber quem é quem e em que ano os dramas se passam.
Audible > Um tema bacana e inclusivo: é o registro de uma escola só para surdos no Estado de Maryland. Embora o foco esteja num adolescente negro de 17 anos, seus colegas dão depoimentos, sobretudo para falar da morte de um amigo, que sofria bullying. Vi um probleminha: parece mais longo do que seus 39 minutos.
Conclusão: pelas estrelinhas, já deu para perceber. Meu preferido é Audible. Mesmo assim, não acho que mereça o Oscar. Talvez outros dois, The Queen of Basketball e When We Were Bullies, sejam melhores, mas estão inéditos no Brasil.
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