Gilberto Braga: morte prematura aos 75 anos
Gilberto Braga morreu em 26 de outubro de 2021 e, menos de dois meses depois, o Globoplay já estreava a série, em três episódios, Gilberto Braga - Meu Nome É Novela. Embora o tempo de realização tenha sido curto, a atração cumpre bem o papel de homenagear um de nossos maiores novelistas.
Como a Globo tinha entrevistas do autor para o projeto Memória Globo, não deve ter sido difícil recolher o material. Braga relembra sua carreira desde o início, quando escreveu um Caso Especial, em 1972. E, com muito bom humor e autocrítica, fala de seus altos e baixos, entremeados com trechos de novelas como A Escrava Isaura (1976), Dancin' Days (1978), Vale Tudo (1988), O Dono do Mundo (1991), Celebridade (2003), Paraíso Tropical (2007) e Babilônia (2015).
Os atores e atrizes mais próximos de Braga e estrelas de suas maravilhosas criações dão depoimentos recentes. É o caso, por exemplo, de Antônio Fagundes (o protagonista masculino que mais atuou em suas novelas), Glória Pires e Malu Mader (suas duas atrizes favoritas), Claudia Abreu, Lucélia Santos, Cássia Kis, Fábio Assunção, além do diretor Denis Carvalho.
Eu sou muito fã da obra de Gilberto Braga e acompanhei várias de suas tramas. Fui noveleiro - e ainda sou se um folhetim me pega nos primeiros capítulos. Revisitar a obra de Braga é como revisitar o Brasil: da época da censura (Brilhante) ao país de Sarney (Vale Tudo), da busca pelo sucesso (Celebridade) à cruzada conservadora que o fez mudar os rumos de Babilônia.
Há ainda a parte mais emocionante da série. É quando seu marido, Edgar Moura Brasil, com quem foi casado por 48 anos, mostra fotos e a coleção de filmes de Braga, um afiado cronista da classe média, que ainda tinha muito a nos oferecer.
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