O reencontro dos amigos de colégio: infidelidade
Golpe de Sorte em Paris, em cartaz nos cinemas, é 50º filme de Woody Allen. Ele já disse que seria o último porque vai se dedicar à literatura. Mas já voltou atrás. Caso seja sua despedida do cinema, fechou quase com chave de ouro. É seu melhor trabalho? Com certeza, não. Mas é muito bom.
Sem financiamento nos Estados Unidos, talvez por causa da suposta acusação de assédio da filha de Mia Farrow, o diretor caiu nos braços dos franceses, que sabem admirar seu talento. E é em Paris, com elenco francês (e falado em francês) que Golpe de Sorte se desenrola.
A história é sobre um reencontro que vai se encaminhar para uma traição conjugal. Fanny (Lou de Laage) é casada com um bilionário (Melvil Poupaud), mas cederá às cantadas de um ex-amigo de escola, papel de Niels Schneider.
Os elementos da filmografia de Woody Allen estão lá: novos amores, infidelidade, ambiente burguês, um bocadinho de suspense, piadas saborosas e a fina ironia do roteirista/realizador em analisar a falsa moralidade do sociedade. Seu trabalho ainda tem o frescor de novidade, algo raríssimo para alguém com 88 anos de idade e mais de cinco décadas de carreira no cinema.
O mais curioso é que, mesmo sendo falado em francês, Golpe de Sorte em Paris é um Woody Allen legítimo, o que só confirma sua já lendária marca registrada. E assim como filma belamente Nova York, Paris está muito bem representada, longe dos pontos turísticos e perto dos lugarzinhos que só os parisienses conhecem.
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