Megalópolis: nem o visual salva
Confesso que eu queria ter gostado, mas Megalópolis, o novo trabalho de Francis Ford Coppola, em cartaz nos cinemas, não me desceu. É uma crítica ingênua aos caminhos da humanidade e, para pior, tudo está fora do tom: da cafona direção de arte à atuação de atores como Shia La Beoug e Aubrey Plaza.
Adam Driver interpreta um arquiteto visionário que quer construir a tal Megalópolis, uma cidade para se viver bem e melhor, já que o mundo anda caótico. Só que ele encontra, pelo caminho, algumas barreiras para transpor.
Coppola também é autor do roteiro, algo que ele não está acostumado e, talvez por isso, os diálogos soam falsos. O último filme que vi de Coppola foi Tetro, de 2009 (e já não gostei). Ele realizou mais três longas, mas não me lembro de terem sido lançados no Brasil. É um grande diretor de obras-primas, como O Poderoso Chefão, Apocalipse Now e A Conversação, mas o estilo visual impresso em Megalópolis ficou démodé.
Ao querer fazer uma crítica aos rumos do planeta com uma estética "arrojada", o diretor enfiou os pés pelas mãos no seu filme contemporâneo mais desastroso.
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