Yahya Mahayni é o protagonista de O Homem que Vendeu sua Pele: um refugiado sírio em exposição
O Homem que Vendeu sua Pele, disponível no Belas Artes à la Carte e no Globoplay para assinantes do Telecine, concorreu ao Oscar 2021 de melhor filme internacional. Não entendi essa indicação da Tunísia (embora a diretora seja tunisiana), já que a trama começa na Síria, passa pelo Líbano, termina na Bélgica e grande parte dos diálogos é em inglês. Vá entender as regras do Oscar...
Na trama, Sam Ali (Yahya Mahayni) mora na Síria e quer casar com Abeer (Dea Liane). Só que eles são de classes sociais distintas e os pais dela já têm um noivo para a filha. Com a proximidade da guerra civil, em 2011, Sam foge para o Líbano.
Trabalhando numa granja e furtando comida na abertura de exposições, Sam é abordado por um renomado artista plástico, que lhe faz uma proposta: vender suas costas para ele tatuar uma arte. O refugiado vira, então, um objeto que atrai os olhares dos visitantes num museu.
Uma ideia muito original rendeu um roteiro de várias camadas, que traz à tona uma debate oportuno: enquanto os europeus tentam "ajudar" os pobres clandestinos de países em guerra, os ativistas sírios entram em cena para combater a exploração de seu povo.
Assim como no sueco The Square (2017), a arte moderna/contemporânea está no centro das atenções - e a visão em ambos os filmes, embora dramáticos, tem um tom de humor ácido. Por incrível que pareça, porém, O Homem que Vendeu sua Pele foi inspirado numa situação real que a diretora do filme, Kaouther Ben Hania, vivenciou numa exposição no museu do Louvre, em 2012.
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