Andrew Garfield: merece indicação ao Oscar? (foto: divulgação Netflix)
tick, tick...BOOM!, da Netflix, é um espetáculo - em vários sentidos. É um musical que conta a história de um autor de musicais, é um musical que presta homenagem aos musicais e, usando a metalinguagem, é um musical sobre musicais. Ou seja: se você gosta de musicais, vá em frente!
O ano é 1990 e Jonathan Larson (Andrew Garfield) trabalha numa lanchonete de Nova York para pagar as contas. Seu sonho é estar na Broadway com um musical. Para isso, vem escrevendo Superbia há oito anos. A peça é uma ficção científica que não combina com os espetáculos dos teatros da Times Square - e aí mora o perigo.
Larson, porém, tem a chance de apresentar um workshop e mostrar seu trabalho para um grupo seleto. E, como uma bomba relógio, ele corre contra o tempo para escrever as canções que faltam. Acaba, então, se desentendendo com a namorada e com o melhor amigo. Vale mais preservar o amor e as amizades ou buscar o futuro profissional?
As canções de Larson, que (sem spoilers) teve um destino triste, compõem a trilha sonora do filme, que mistura linguagens visuais e músicas de Superbia e de tick, tick...BOOM!, nome de sua peça seguinte - ele é ainda autor da icônica Rent.
Eu sempre digo que eu gosto de musicais com coreografias. tick, tick...BOOM! não tem e não senti falta, talvez pela energia pulsante de dois artistas: Andrew Garfield, que merece um indicação ao Oscar, e Lin-Manuel Miranda, o grande nome por trás de Hamilton, que estreia muito bem na direção.
Garfield consegue transmitir a ansiedade, angústias e contradições do personagem - e ainda se mostra um excelente cantor. Lin-Manuel Miranda, que havia me decepcionado em Em um Bairro de Nova York, faz aqui um trabalho menor, menos ambicioso e mais intimista. Gosto assim!
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