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Foto do escritorMiguel Barbieri

Triângulo da Tristeza: diretor exagera na dose


A influenciadora digital e o modelo: humor ingênuo


Eu gosto muito dos dois filmes anteriores de Ruben Östlund, Força Maior (2014) e The Square (2017). Mas em seu novo trabalho, Triângulo da Tristeza, disponível no Amazon Prime Video, o diretor sueco exagera na dose de acidez. A sátira levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e concorre em três categorias no Oscar: melhor filme, direção e roteiro original. Sinceramente? Acho muito para tão pouco.


O realizador e também roterista divide sua trama em um prólogo e três capítulos. Na abertura, modelos masculinos são selecionados para um desfile e um deles é Carl (Harris Dickinson), o protagonista da história. Na primeira parte, ele tem uma longa discussão sobre poder e papel masculino com a namorada (Charlbi Dean), uma influenciadora digital.


A segunda (e melhor) parte se passa numa iate. Carl e sua companheira ganharam o cruzeiro de luxo e têm a companhia de bilionários, sobretudo russos, que não sabem mais o que fazer com tanto dinheiro. Östlund dispara suas balas para o comportamento superficial dos ricaços. Uma longa sequência de escatologia diverte (quem gosta desse tipo de humor) e incomoda.


Mais aborrecida e looonga, a terceira parte se passa numa ilha remota. Em sua crítica à elite "dominante", o cineasta não consegue o equilíbrio desejado. É uma pena.


Muitas análises do filme estão, é claro, abordando as semelhanças com a série The White Lotus. E não sem razão. Só que, enquanto o seriado americano, mira sutilmente na luta de classes, Triângulo da Tristeza pega pesado, exagera na dose e, por incrível que pareça, se mostra ingênuo e inofensivo.





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